Do
que é feito o vento
Faixa 01
Corro pra você
Desafiando as leis
Da distância e tempo
Só assim se faz o momento
De me perguntar
Do que é feito o vento
Refaço a trilha
Que me levou até você
Do vento tento saber
O que move as pás
Dos meus moinhos
Enche minhas velas
Muda meu caminho
Do que é feito o vento
Do que é, feito o vento
Do que é feito o vento
Do que é feito o vento
Acaso Previsto
Faixa 02
Acreditar
no impossível
É
manter viva a chama
De
se estar vivo
E
estar vivo é tal motivo
Para
acreditarmos
Que
não exista impossível
Acaso
previsto
Aceite
eu insisto
O
futuro é sim
Bem
mais que isso
Vou
vivendo dias tão desiguais
Em
meus caminhos nem sei bem
Qual
deles me traz
Vou
traçando as rotas
Dos
dias de paz
Cansei
da guerra não a quero mais
Em
cada simetria
Das
palavras escritas
Vou
medindo a fé
De
nossas rimas
Prevejo
o acaso
Me
engano e desisto
O
futuro é sim
Bem
mais que isso
Acaso previsto
Aceite eu insisto
O futuro é sim
Bem mais que isso
Ares de Abril
Faixa 03
Chuvas enceram os dias
Leves ares doces de abril
Minhas semanas se passam
Como um trem, rapidamente
Pontual e frio
Solitário e freqüente
Mas em dias quase feitos
Ainda, do vazio
Leves ares doces de abril
Faço desse vazio
Um novo recomeço
Perco tempo contando tempo
E me pergunto se mereço
O teu incondicional amor
Que não muda nem de endereço
Me acompanha em dias frios
Quando finjo que esqueço
Ares de abril
Vila do Sossego
Faixa 04
Veja, não há segredos
Felicidade vem mesmo de dentro
Respire os teus desejos
Pra um novo dia
Só há uma noite no meio
E o forró na praça
Até bem cedo
Reascende a brasa
Braseiro
E tudo recomeça
De onde parou
Vivendo sem presa
Teu sereno amor
E a rede na praia
Desejo
No rodar da saia
Me perco
Vou vivendo a vida
Sem medo
Ao som da Vila do Sossego
Traz o meu sossego
E forró na praça
Reascende a brasa
E tudo recomeça
Vivendo sem presa
A rede na praia
No rodar da saia
Vou vivendo a vida
Ao som da Vila do sossego
Hortelã
Faixa 05
O dia a quebrar
Na barra da manhã
Se perde pelo ar
O cheiro de hortelã
Teu hálito de sal
A faca na maçã
Andado no quintal
Filosofia vã
A grama chama
Muda o dia
Sol seca a lama
Queima em cinzas
Vinda do Norte
Faixa 06
Você me trouxe dos ares do norte
Você me fez ver que a sorte
É sempre ter alguém
Que me melhore de dentro pra fora
Que me faz crer que a boa hora
É mesmo a que se tem
Simples sorriso maroto
Da morena linda
Sorriso lindo da menina
Que me faz sonhar
Simples sorriso lindo
Da menina linda
Com aquele ar de menina
E aquele beijo
Que me faz flutuar
E com você e os ares do norte
Aquela paz e aquela sorte
Que tanto me cai bem
Simples sorriso maroto
Da morena linda
Sorriso lindo da menina
Que me faz sonhar
Simples sorriso lindo
Da menina linda
Com aquele ar de menina
E aquele beijo
Que me faz flutuar
Aquarela
Faixa 07
No verde esmeralda de mar infindo
Vejo versos nos teus olhos
Nos meus tempos de menino
No negro brilho dos teus cabelos
Vejo versos soltos ao vento
Desvendando teus segredos
No branco cheiro da tua pele
Vejo versos em nuas tatuagens
E nos espinhos que as ferem
Você, quando beija-flor
Traz pra minha morna vida
Mais calor
Você, quando na janela
Traz pra minha branca tela
Aquarela
Rio Mar
Faixa 08
No meio do rio mar
Não sei qual o caminho
Me perco em meu destino
Enquanto o vento não soprar
Das coisas que já vi
Confesso até aqui
Nada foi tão bonito
Quanto navegar tuas águas
Ao sabor de minhas mágoas
Em meu destino escolhido
Já não vejo calendários
Não sei qual a estação
E mesmo que seja ainda verão
Nada muda o itinerário
Vou subindo esse rio
Preenchendo tal vazio
De ser gota no oceano
Mais um entre centenas
Que julgam ser dezenas
E desfazem-se em enganos
Sinal dos tempos
Faixa 09
Percebo o sinal dos tempos
No instante, no momento
Que me envolve a saudade
Do que deixamos pra mais tarde
E talvez,
Seja hora de recomeçar
A página deva virar
Sinal dos tempos
Fotografias desbotadas
Lembranças apagadas
E o destino me devolve
A esperança renovada
E a saudade
É sinal dos tempos
E a verdade
Se refaz nos ventos
Desse mar
Algo a brilhar
Faixa 10
Aos caminhos mais seguros
Aos muros que devemos derrubar
No sentido escondido
O perigo vai se abrandar
Na fumaça de um cigarro
No carro que demora pra passar
Estaremos amordaçados
Olhos cerrados querendo enxergar
Algo a brilhar
Nos bares e nas ruas
Só a lua pra iluminar
Nem mercúrio ou faróis
A sós no silêncio do lugar
A canção antiga
A fadiga de tanto procurar
Um destino um norte
E a tal sorte pra me acompanhar
Hoje
Faixa 11
Hoje o céu será telhado
Quilômetros metro e meio
Pois sinto minha saudade
Se espalhará pelo mundo inteiro
As horas se passarão em minutos
De um relógio sem ponteiros
Os carros parados no asfalto
A espera de ventos, veleiros
A lágrima no indício do sorriso
O riso no vestígio da verdade
Serão para o frio cobertor
A aquecer a nossa vontade
Hoje serei rico com uma moeda
Deus ouvirá minhas preces
Com uma só reza
Hoje serei eu
A saudade
Voando, voando depressa
O meu canto
Faixa 12
O meu canto evoca
O pranto que toca o mar
O meu Santo protege
Minha fé me devolve
Ao luar
Remando o barco
Semeando os passos
Eu sei que eu vou encontrar
Meu lugar neste mundo
Minha fração de segundos
Tuas asas me farão voar